Encerrando a série sobre alguns dos meus aprendizados na Harvard Business School – HBS, na última semana de janeiro, vou compartilhar com vocês a estratégia da BMW em relação à descarbonização.
Embora a BMW tenha sido uma das pioneiras no lançamento de veículos elétricos, a empresa adotou como estratégia central a descarbonização e não a eletrificação. A diretriz da empresa é trabalhar na sustentabilidade dos materiais da sua cadeia de fornecedores e na produção nas fábricas, com foco em itens reciclados, priorizando tudo que se encaixe no conceito de economia circular.
O CEO da BMW, Oliver Zipse, diz que a mensuração das emissões de carbono deve considerar toda a cadeia de produção (end-to-end), e não apenas o que sai no escapamento dos veículos. Lembrando que, se a geração de energia elétrica for a carvão ou outra fonte fóssil e se computarmos as emissões na mineração dos insumos que são usados na bateria, a comparação das emissões dos veículos elétricos com os a combustão pode mudar muito.
Em outras palavras, a BMW está investindo muito no conceito de Life Cycle Assessment (metodologia que avalia o impacto ambiental em todas as etapas da produção, e não só no uso final do produto).
A companhia não se comprometeu em encerrar a produção de veículos a combustão interna em um prazo pré-estabelecido, embora esteja num ciclo importante de desenvolvimento de veículos elétricos. Zipse diz que nos próximos anos, um número considerável de pessoas continuará com dúvidas sobre os pontos de carregamento dos carros elétricos, enquanto outras irão simplesmente continuar preferindo os motores a combustão e, quem sabe, poderá haver uma falta dos minérios para fazer baterias, com consequente aumento de preços. Dessa forma, eles optaram pela flexibilidade para atender os fiéis clientes da BMW.
Embora a empresa tenha apresentado bons resultados nos últimos anos e tenha pago dividendos interessantes, o valor de mercado da BMW é de aproximadamente U$ 50 bi, enquanto o da Tesla, que optou por eletrificação total, é de U$ 1.25 tri, 25 vezes maior.
Mesmo assim, a BMW segue na sua estratégia, acreditando que, no futuro, o mercado de capitais, frente à uma nova realidade, poderá fazer uma correção nessa diferença de valor.
Agradeço todos que acompanharam essa série de compartilhamento de conhecimento sobre os maiores do mercado global. Espero que o conteúdo seja de grande valia. Um abraço!
Antonio Maciel Neto
Fundador e CEO da Academia CEO
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