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HOME OFFICE E TRABALHO HÍBRIDO

Escrito por Academia CEO

18 JUL 2022 - 11H32 (Atualizada em 14 MAI 2024 - 16H38)

Trabalhar em um sistema de home office sempre foi visto como um diferencial destinado a poucos e merecedores profissionais, que recebiam como um benefício adicional à possibilidade de trabalhar usufruindo da comodidade de seu lar. Estes profissionais haviam chegado a um patamar que lhes permitia desenvolver, e bem, suas atividades sem a necessidade de uma supervisão direta, tendo percorrido uma longa jornada para chegar a este estágio de autogerenciamento. No entanto, a pandemia tornou o que era um diferencial em algo necessário, indispensável e, até mesmo, obrigatório.

O fato é que nem todas as empresas estavam preparadas para esta mudança, e diversas adaptações precisaram ser realizadas sem que o trabalho fosse interrompido. Foi um período difícil, mas que abriu algumas oportunidades que, de outra forma, poderia, levar décadas para serem implantadas. As empresas se adaptaram e algumas delas de forma tão positiva que agora no momento de retornar ao “normal”, percebemos que a melhor solução talvez não seja o simples retorno ao “status quo” pré-pandêmico.

Em entrevista a Academia CEO, Rodrigo Ronzella, diretor de Recursos Humanos da CPFL Energia disse que a empresa já vinha investindo em digitalização e estrutura, o que permitiu uma adaptação muito rápida ao Home Office, e acredita que o “normal de antes” não deve voltar. “- O Home Office passou a ser uma realidade, não em período integral, pois o convívio social é importante, mas será mais flexível.”

Já para os profissionais de liderança, Ronzella acredita que o trabalho distante do “olho no olho” é desafiador, e para ajudar este profissional novas ferramentas precisaram ser desenvolvidas: “- A gente está reforçando muito o conceito, que entendemos ser importante, e até para marcar bem, estamos usando um acrônimo que se chama ACERTO. O líder tem de se basear no ACERTO, e o que é o ACERTO? É um momento de atenção plena, é o momento de coragem, e coragem não significa que você não tem medo, mas que tem a coragem de experimentar algo diferente. Experimentação é a terceira letra do acrônimo, o R de Resiliência, o T de Tomada de decisão e o ‘O’ de Orientação assertiva.”

De fato, o modelo híbrido de trabalho parece ser a preferência de grande parte das empresas nesta nova transição. Uma pesquisa feita pelo Great Place to Work (GPTW) com líderes e gestores de Recursos Humanos, divulgada no segundo semestre de 2021, mostrou que quase 80% dos entrevistados afirmam que deverão seguir o modelo híbrido no momento da pós-pandemia.

A Gallup divulgou, em março deste ano, uma pesquisa mostrando que apenas 9% dos funcionários desejam trabalhar no local em tempo integral, em comparação com quase 60% que preferem um local híbrido. Veja abaixo, no gráfico desta pesquisa, a mudança de opinião que ocorreu entre os dados da pré-pandemia em relação aos de fevereiro de 2022. Neles podemos verificar que o percentual de trabalhadores que operavam de forma exclusivamente remota antes da pandemia era de apenas 8%, dando um salto para 39% em fevereiro de 2022. A terceira coluna nos mostra uma probabilidade de que 24% dos empregados devem seguir trabalhando exclusivamente remoto, enquanto que a última coluna demonstra que este é o local preferido por 32% dos trabalhadores. O mesmo raciocínio pode ser considerado para os funcionários do modelo híbrido e dos que realizam suas funções a partir do local da empresa.




Mauro Correia - CEO do grupo CAOA - em entrevista a Academia CEO disse que a pandemia trouxe um aprendizado muito grande, pois levou a criação de um comitê de crise, com objetivo de encontrar o direcionamento correto, realizando encontros duas vezes por dia, e colocando todos em uma única direção, o que gerou uma união muito forte. “- Nós sabíamos que quando acabasse a pandemia, teríamos que sair muito fortes! Não paramos nenhum investimento, mas como fazer para adequar a empresa ao novo momento, não deixar de investir e estar preparado para crescer? Nós conseguimos nos reorganizar, e a empresa hoje está mais leve e muito mais eficiente.” Informou Mauro “-Hoje a diretoria se reúne uma vez por semana e não vamos voltar com todo mundo, mas provavelmente adotaremos um novo sistema híbrido, pois ficamos muito eficientes e, ao mesmo tempo, você tem uma economia muito forte na empresa, tem uma qualidade de vida para os funcionários que não precisam perder tempo com transporte, deslocamento para almoço, e hoje eles podem passar este tempo com o filho, fazendo academia, tendo um tempo para si.”

Este é um pensamento compartilhado pela diretora sênior de capacitação da força de trabalho global da empresa de recursos humanos ADP, Amy Freshman que em 2021 declarou que: “-Trata-se de flexibilidade no local de trabalho. Trata-se de dar aos nossos associados a oportunidade de serem quem são como indivíduos, seja um membro da comunidade, um cônjuge ou pai, ou qualquer outra coisa.”

Em junho de 2020, o professor de economia em Stanford, Nicholas Bloom, afirmou que o melhor mix híbrido no momento é de três dias no escritório e dois dias trabalhando em casa. O número de dias neste modelo não é aleatório, pois as pesquisas realizadas na área mostram que as pessoas querem trabalhar em casa em média 2,5 dias por semana, tornando o modelo 3/2 o mais próximo.

É verdade que não há um consenso ainda, e as empresas que estão testando modelos híbridos perceberam que os funcionários são receptivos a esta flexibilidade. A vice-presidente de operações e serviços corporativos da IBM, Joanne Wright, disse que a empresa está trabalhando para abrir seus 100 escritórios espalhados pelo país para que funcionários e equipes usem o quanto quiserem. “- Sabemos que haverá dias em que eles trabalharão em casa e continuarão sendo produtivos, e há dias em que faz sentido estar com uma equipe ou clientes, colaborando e inovando”, disse Wright para o site TheGuardian em março deste ano.

É possível concluir com isto que o sistema híbrido é uma realidade, porque consegue agradar diversos estilos de perfis profissionais sem prejudicar a produtividade. Em alguns casos, o sistema híbrido pode até melhorar a produtividade se tornando um fator importante para a atração e retenção de talentos das empresas.

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